quinta-feira, 26 de junho de 2008

Notas e avaliação

Está online a classificação dos relatórios.

Em face da tendência geral de não responder ao tema central, proposto atempadamente e nas aulas várias vezes respondido, refiz um pouco os critérios de avaliação (de modo a não ser tão rigoroso nas notas).

Considerei a nota 3 como aquela que corresponderia a uma observação genérica dos episódios, relacionando-os com a matéria (sobretudo a da comunicação de crise e spinning , era sobre isso o trabalho), desenvolvendo a abordagem. Isto significa que a nota 3 é uma espécie de chapéu que recebe cabeças de tamanhos diversos...

Com mais de três aqueles que cumpriram esse mínimo (a tal soma das três condições) e foram mais longe na resposta ao tópico, investigando e enriquecendo o trabalho. Com menos de três aqueles que não cumpriram (permitam-me) minimamente esse mínimo.

Como podem ver, todos os trabalhos têm comentários individuais; como sempre estou disponível para os justificar se as vossas dúvidas forem objectivas.

domingo, 15 de junho de 2008

ÚLTIMA AULA! (18/6)

A aula de hoje serve para os alunos esclarecerem as eventuais dúvidas que tenham sobre a matéria e/ou a avaliação.
Recordo que fiz, na aula anterior, uma revisão da matéria, pelo que a aula de hoje é exclusivamente dedicada a eventuais dúvidas.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Sobre a avaliação

1) a avaliação começará a ser feita a partir de amanhã; colocarei em cada blogue (no espaço de comentários) a minha apreciação e nota; deverá estar concluída até final de Junho;

2) As notas irão variar de 1 a 6 pontos (os tais 30% de cotação do trabalho, de um total de 20 valores);

De 1 a 2 corresponde a um trabalho pobre, com raras ligações, com pouca investigação, disposição deficiente e fraca abordagem do tema central

De 3 a 4 corresponde a um trabalho com algumas ligações e investigação; contributos externos, boa disposição visual e mediano desenvolvimento do tema central

De 5 a 6 corresponde a um trabalho bom ou mesmo muito bom, com ligações e contributos externos abundantes, com óptima disposição visual e boa abordagem do tema central

Uma nota mais: de uma primeira leitura apercebi-me que alguns alunos juntaram textos sobre os filmes Boris e Manobras na Casa Branca. Todos os contributos externos são bem vindos (venham da net, de livros ou de filmes), mas sem perder de vista a resposta ao tema central deste trabalho.

Blogues registados neste dia

NOTA: A edição/intervenção no blogue terminou neste dia, não sendo admissiveis - COMO É ÓBVIO - alterações posteriores; as situações detectadas (e fiz um registo da versão enviada no momento em que disso me informaram, para comparação) serão penalizadas.


CONFIRAM POR FAVOR SE O VOSSO ESTÁ
(a negro os que entregaram o endereço na aula)

Álvaro Gonçalves (3): http://fugaacomunicacaodecrise.blogspot.com/

Anabela Maganinho (5): http://politicrises.blogspot.com/

Ana Rita Nóbrega (0): http://artedemanipular.blogspot.com/

Ana Santos (3): http://temposdecrise.blogspot.com/

Ana Teixeira (3): http://anateixeira5.blogspot.com/

Carla Medeiros (4): http://carlamedeiros.wordpress.com/

Catarina Lobo (2): http://www.homensdopresidente.blogspot.com/

Cláudia Azevedo (5): http://claudiazevedo.blogspot.com/

Cláudia Rocha (3)tp://claudiachantel.blogspot.com/

Daniela Vaz Pinto (3)tp://danielavazpinto.blogspot.com/

Diana Pereira (3)tp://estrategiasparatudo.blogspot.com/

Diana Vasconcelos (3)tp://contratemposcomunicacionais.blogspot.com/

Elodie Costa (1): http://elodie-costa.blogspot.com/

Luísa Rebelo (2): http://relatoriodoshomensdopresidente-ecii08.blogspot.com/

Luis Fernandes (4): http://thewestwingluisfernandes.blogspot.com/

João Gomes (1): http://westwingseries.blogspot.com/

João Leal (3): http://ohdpjoaoleal292.blogspot.com/

Juliana Ferreira (3): http://o-mundo-da-ju.blogspot.com/

Marisa Mota (3): http://zimota22.blogspot.com/

Marta Fernandes (3): http://www.marta-fernandes9.blogspot.com/

Nuno Duarte Reis (3): http://silenciosensurdecedores.blogspot.com/

Nuno Pinho (3): http://oredutoirredutivel.blogspot.com/

Patrícia Gomes (4): http://ecdoispatriciagomes.blogspot.com/

Rosa Matos (3): http://homensdopresidente.wordpress.com/

Sandra Coelho (4): http://realidadesmanipuladas.blogspot.com/

Sara Oliveira (2): http://avenidapensilvania.blogspot.com/ [O blogue aparece hoje, 26/06, como tendo sido removido; caso se confirme a nota será evidentemente zero]

Sofia Reis (3): http://sofia-reis.blogspot.com/

Stephanie Tavares (3): http://stephanie86.wordpress.com/

Susana Ferreira (4): http://www.susanaferreirahomensdopresidente.blogspot.com/

Susana Teixeira (4): http://susanareisteixeira.blogspot.com/

Tomé Nunes (3): http://tome-3o-estratcom.blogspot.com/

Vasco Marques (1): http://osestrategistas.blogspot.com/

terça-feira, 10 de junho de 2008

12ª aula (11/6)

Sumário:
- resumo da matéria do semestre
- recepção dos endereços URL dos trabalhos de Os Homens do Presidente
- visionamento do último episódio de Os Homens do Presidente


ALGUMAS IDEIAS

1) A partir da matéria do primeiro semestre (o semestre do ‘valor mediático’), devemos perceber que um press release que chega tem um objectivo (republicar ou publicar em parte) mas até que isso seja conseguido (ou para que isso seja conseguido) há muitas vezes por trás uma estratégia, que não nos chega claramente, que é definida nos bastidores, e que precisa do jornalista para se viabilizada
2) Como se constrói essa estratégia; que passos devem ser dados
3) Esta estratégia tem a maior parte das vezes uma conotação de informação «positiva» (por oposição à ideia de crise); construir uma estratégia para ver publicada uma informação «positiva»;
4) A estratégia classica para responder a crises – informação «negativa» - chama-se Comunicação de Crise
5) A política é contudo uma excepção; se há políticos envolvidos, a resposta por regra não é a Comunicação de Crise
6) Se há políticos tudo muda. Os políticos (por princípio e por hábito) só recorrem à CC quando não têm alternativa.
7) A alternativa baseia-se na manipulação da informação: inventar, ficcionar, mentir
8) Os pseudoventos encontram-se num meio termo entre as EC e a manipulação
9) Muitas vezes a estratégia de comunicação não é suficiente, é preciso aumentar a noticiabilidade, manipulando
10) A forma mais elaborada, mais complexa, também mais sórdida de manipulação política chama-se spinning da informação
11) Não é fácil, mas é possível fazer a caracterização do «spinning»
12) As campanhas eleitorais são uma espécie de microclima (à parte): recorrem por vezes às campanhas negativas: quando além dos seus próprios méritos atacam os adversários; a campanha negativa – por definição – não é manipulação, na medida em que pode/deve estar assente em situações verdadeiras; da mesma forma, soundbites e sondagens não são manipulação

Ideias-base
- em comunicação política nada é inocente;
- em comunicação política coexistem estratégias de comunicação com o spinning
- em comunicação política o clímax, onde tudo pode acontecer, são as campanhas eleitorais (onde coexiste campanha positiva com campanha negativa)
- Governar em democracia é comunicar; porque governar é ser eleito; a campanha eleitoral começa no dia seguinte a ser eleito
- três graus de tentar que uma informação (positiva ou negativa, qualquer uma), a partir das relações publicas, seja publicada por um jornalista:
a) pelo valor mediático intrinseco
b) pela estratégia de comunicação adoptada
c) pela manipulação ou «spinning» criado

domingo, 1 de junho de 2008

Proximas aulas

11/6 - recepção e esclarecimento de eventuais dúvidas sobre o trabalho dos Homens do Presidente; analise e revisão da matéria do semestre

18/6 - aula dedicada ao esclarecimento de eventuais dúvidas sobre a matéria e a avaliação

11ª aula (4/6)

Sumário:
- um 'spin doctor' a sério
- visionamento do último episódio de 'Os Homens do Presidente' a ter em conta para a avaliação

[recordo que deverão apresentar durante o dia 11 os vossos trabalhos sobre Os Homens do Presidente; poderão fazê-lo na aula ou durante o dia, via e-mail; se pretenderem poderão aproveitar a próxima aula para esclarecer dúvidas sobre questões relacionadas com a construção do trabalho online]

[nota prévia: aparecem duas formas de escrever o apelido, Rove e Rowe; a primeira é que está certa]

Semelhanças estruturais com exemplos anteriores (abordagem genérica ao 'spinning'):
- discreto;
- o lugar que ocupa na hierarquia ou o nome que a sua função tem não correspondem à sua função como manipulador da realidade (função desregulamentada);
- não há atribuição directa entre a pessoa e o que acontece. Porquê? Porque muitas dessas actividades são ilegais ou, pelo menos, eticamente reprováveis; pensa-se que provavelmente são eles que fazem…
- especialistas em criar «manobras de diversão» (aquelas que desviam as atenções de algo indesejável ou aquelas que levam a opinião a «acreditar» em);
- acesso directo ao poder e relação de extrema confiança com esse poder;
- quebrar regras;
- «vale tudo»;
- conhecer os meandros da comunicação, da política e do marketing;
- criar/seleccionar as mensagens que o protagonista vai difundir depois.

No caso de Karl Rove:
De acordo com o livro e documentário “Bush’s brain”:
- G.W.B. é presidente por causa de KR
- é uma espécie de "primeiro ministro"
– mas não se sabe EFECTIVAMENTE o que faz (apenas que há uma marca de Rowe);~
- co-presidente, tal o seu poder…
- oficialmente era consultor político de GWB e foi director de campanha

Sobre o seu trabalho (sendo que nada disto é definitivo, pelas razões apontadas anteriormente e porque a história não se faz no presente):
- “sujo”, controlo dos acontecimentos, manipulação, campanhas negativas, destruir opositores;
- não há regra que ele não quebre para ajudar o seu candidato;
- sabotagem dos adversários;
- invisível (sabe-se que existe mas não se sabe directamente o que faz, raramente aparece);
- convenceu GWB de que ele poderia ser presidente, se fosse governador do Texas;
- quando representa um candidato está encarregado de tudo;
- nunca assume (alguns dos casos são crimes);
- utilização de fugas selectivas de informação;
- inventou a guerra do Iraque por razões políticas

As suas características:
- GWB tem total confiança nele;
- pertence ao seu círculo íntimo;
- tem muito poder (embora invisível);
- o seu currículo está cheio de casos de sabotagem;
- muito esperto, com formação política (republicana);
- Há mais de 20 anos que trabalha com a família Bush;

Algumas citações:
- «Rove é mais do que um conselheiro. Para vários biógrafos e comentadores, ele é “o cérebro de Bush”
- «Para as eleições de Novembro, os republicanos estão em desvantagem: a popularidade do presidente está de rastos, a guerra no Iraque é impopular, a credibilidade dos políticos é mínima»
- «Se fosse líder partidário, e por muito que estivesse em dificuldades, convocaria Karl Rove para dirigir a campanha eleitoral, mesmo que à distância e por videoconferência. Era vitória certa. Cem vezes melhor do que Carville, e outros «gurus» de campanha, Rove foi o verdadeiro catalisador da vitória de Bush, ou antes, da estrondosa derrota de Kerry, que partiu para as presidenciais com uma vantagem assinalável. Como? As tácticas de Rove são simples, mas de uma eficácia imbatível concentrar tudo numa mensagem - no caso era quem estava melhor preparado para enfrentar o terrorismo? - mostrar que o adversário não tinha um programa coerente nem uma linha eficaz de pensamento (Kerry tanto criticava que se esquecia de explicar o que iria mudar), e inundar os meios de comunicação com iniciativas e agendas repletas de novidades. Para além de tudo isto, Rove dirigia a mais completa e extraordinária equipa de spin doctors, que actuava 24 horas por dia para preencher os espaços informativos da panóplia de meios americanos. Nada ficava sem resposta, nem uma só ideia e iniciativa do adversário deixava de ser desmontada, avaliada e, se necessário (só possível em países onde a publicidade política é legal), ridicularizada. Duro, intransigente e autoritário, Rove levou Bush de uma posição de dez a 15 pontos de desvantagem em relação a Kerry a uma vitória impensável com três milhões e meio de votos a mais do que o candidato democrata. Por mim, contratava Karl Rove.» (Luis Delgado, DN, 21/12/04)

É spin doctor?
Sim, porque a actividade deve ser vista de uma forma ampla e não estrita (não se é contratado como tal, há sempre outros nomes…);
é-se ‘spin doctor’ quando se manipula a realidade, quando se criam manobras de diversão, quando se sabota os adversários (e neste caso até se juntam outras características: não há atribuição directa aos actos e um forte ascendente sobre o poder);
Aqui a dificuldade é saber em concreto o que é que faz ou não. Mas KR é um dos grandes mistérios da política interna norte-americana – e essa é uma das características do SD

UM caso que correu mal:
Quando um enviado dos EUA não confirmou a versão oficial do governo, sobre a venda de urânio ao Iraque, Karl Rove (provou-se depois), denunciou aos jornalistas que a mulher desse enviado era da CIA (uma espia…). Foi obrigado a demitir-se.
E esse caso suscitou uma série de outras acusações anteriores a Karl Rove… «as proezas de Karl Rove, a favor de candidatos republicanos, foram mantidas num estilo baixo de guerra sem quartel. Em 1970, roubou papel dum gabinete do candidato rival e enviou mais de mil cartas falsas em seu nome. Em 19856, numa renhida campanha para governador do Texas, Rove clamou ter encontrado um microfone camuflado no seu gabinete. O fiscal suspeitou que foi o próprio Rove quem o instalou, mas a investigação nunca o provou (o jovem tinha génio e amigos nas altas esferas). Em 2000, durante as cruciais eleições primárias na Carolina do Sul, Rove destruiu John McCain, para assegurar a nomeação de Bush»

TRAÇOS comuns:
- manipulação da realidade, principalmente através da comunicação social;
- ganhar eleições para manter/alcançar o poder;
- sabotagem dos adversários;
- criação de manobras de diversão;
- o autor dessa manipulação não é conhecido (não há uma relação directa);
- função não existe e é desempenhada quer pontualmente (crises) quer por colaboradores permanentes